domingo, 28 de junho de 2009

Sobre tantos Sonhos.

 E deixe que exploda ao olhar,

aos ventos, deixe escorrer,

eis que não sobrará por mais dois minutos

e entre braços e mais braços há de morrer.

Não sobrarás ao nada

Não viverás ao nada

E morrerás ao fenecer de uma palavra falada,

encerrando no silêncio por um toque.

Sofreu e caiu,

Sorriu e ascendeu,

Pobre de ti que nunca chorou, 

ama-te no chão em que se enterrou.

 Macabro e largado.

danado até o fim,

esquecido por um "não",

lembrado por um "sim".

Entre tantos não ditos singelos,

e agarrados, enfim,

sois vós que me trouxestes um sorriso amarelo

para lembrar mais uma vez

que não estás tão só assim.

 Morreu por mais um dia,

sorriu de alegria,

chorou por toda noite

e fez do agouro, o açoite,

nasceu todas as manhãs

e entre rosas e romãs,

deitou-se tão calma em direção

ao vento que soprava.

O mesmo vento que deixou escorrer,

que entre braços e braços, findou-se,

deitou-se para o nada levar.

-não deixe morrer. 

deixou-se, para o nada, levar.

-não deixe passar.

deu ao vento seus suspiros,

disse adeus aos seus sorrisos,

jogou-se no abismo

para enfim se afogar

nos sonhos que tanto escrevo,

por entre faces, o desespero,

ela apostou todas as esperanças

e agarrou-se a lembrança,

resolveu lutar

e lutará.

2 comentários:

, Camila. disse...

Devo ter lido três vezes e ainda não me enchi de tudo o que há ali.. Não sei se foi mais por surpresa em te ver escrevendo algo tão entregue, assim, aberto. Não que seja fácil de entender. Não, de modo algum. "Ama-te no chão em que se enterrou." Essa foi a frase que mais me intrigou. E talvez não haja nada aí. Mas essa é a esperança do leitor. Sempre achar no texto o que ele quiser ver... Parabéns, Yvens, por essa.

Senhor Pepino disse...

MUITO LEGAL SEU TEXTO!
PARABÉNS, CONTINUA ASSIM!